Alergénio: Aipo
O aipo (Apium graveolens) é uma planta composta por uma raiz ou tubérculo e por uma parte aérea, os caules. O aipo (tubérculos e caules) pode ser consumido cru (por exemplo, em saladas), cozido (por exemplo, em molhos e sopas) e as sementes secas são usadas como condimento, sendo um ingrediente comum em alimentos processados. (1, 2)
O aipo é alergénio alimentar significativo na Europa que faz parte da lista de ingredientes de declaração obrigatória na União Europeia. (1, 2, 3)
Sintomas de Alergia ao Aipo
Os sintomas de alergia ao aipo, podem surgir rapidamente (geralmente em poucos minutos). Os sintomas mais comuns da alergia ao aipo são: formigueiro ou comichão na boca ou garganta, mas também podem incluir erupções cutâneas, como urticária, em qualquer parte do corpo.
Os sintomas mais graves podem incluir: inchaço na face, garganta e/ou boca; dificuldade em respirar; asma grave; dor abdominal, náusea e vômito; queda drástica da pressão arterial e anafilaxia. (1, 4)
O aipo está também associado a manifestações de anafilaxia induzida pelo exercício. (2)
A cozedura do aipo parece reduzir alguma da sua alergenicidade, mas não a elimina completamente, podendo desencadear reações em pessoas mais sensíveis. Estima-se que doses baixas (cerca de 0,16g) podem ser suficientes para desencadear reações sistémicas. (1)
Reação Cruzada na Alergia ao Aipo
Nas alergias alimentares podem ocorrer fenómenos de reatividade cruzada entre diferentes grupos de alimentos e plantas. Isto acontece porque algumas proteínas responsáveis pela alergia ser muito semelhantes a outros grupos alimentos e também a pólenes de determinadas plantas, induzindo o organismo a reagir da mesma forma. (2)
Cerca de 30% dos pacientes com Síndrome de Alergia Oral são alérgicos ao aipo. A sensibilização ao aipo está frequentemente associada à alergia ao pólen da bétula e/ou da artemísia, daí o termo "Síndrome da Bétula-Artemísia-Aipo". (1)
Alergias a cenoura e especiarias, predominantemente da família Umbelliferae, estão fortemente associadas à alergia ao aipo, conhecida como “Síndrome Artemísia-Aipo-Cenoura-Especiarias”. Nesta síndrome, indivíduos sensibilizados ao pólen de artemísia podem desenvolver sintomas após ingestão de aipo, cenouras e diversas especiarias, sendo as mais frequentemente implicadas o anis, a canela, os coentros, os cominhos, o cravo-da-índia, o funcho, o gengibre, a noz-moscada, a pimenta, a salsa e o tomilho. (1, 2)
Uma vez confirmado o diagnóstico de alergia, o tratamento de eleição é a evicção, isto é, não contactar com o alimento em questão. O aipo não é um alimento essencial na nossa dieta, pelo que se pode prescindir dele. O problema reside no facto de ser um ingrediente amplamente utilizado pela indústria alimentar devido ao seu sabor aromático, surgindo muitas vezes na rotulagem a indicação da possibilidade de contaminação cruzada com vestígios, sendo por isso importante a leitura atenta dos rótulos. (1,2)
Saiba que alimentos podem conter aipo na tabela abaixo: (1, 4, 5)
Apesar de o aipo ser um alergénio que não está diretamente relacionado com os nossos produtos, faz parte da missão da Fidu informar e sensibilizar para as diferentes alergias e intolerâncias alimentares. O aipo é um dos 14 alergénios de declaração obrigatória na União Europeia, sendo por isso um dos 14 alergénios que controlamos na nossa seleção de matérias primas e fornecedores, para que não ocorra risco de contaminação cruzada dos nossos produtos, instalações e equipamentos.
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NOTA IMPORTANTE: O conteúdo desde artigo é meramente informativo e não deve substituir as indicações médicas. Caso suspeite de que sofre deste tipo de alergia deverá procurar aconselhamento médico.
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(1) NDA, 2016. Scientific Opinion on the evaluation of allergenic foods and food ingredients for labelling purposes. EFSA Journal, 12(11).
(2) Grupo de Interesse de Alergia a Alimentos da SPAIC, 2017. Alergia Alimentar: conceitos, conselhos e precauções, 1a Edição. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica com apoio de Thermo Fisher.
(3) Vieira, R. J. L. da S., 2015. Alergénios Alimentares: Um estudo sinóptico (Universidade Nova de Lisboa).
(4) Anaphylaxis Campaign, 2018. Celery Allergy: The Facts. Disponível em: https://www.anaphylaxis.org.uk/
(5) Pádua, I., Barros, R., Moreira, P., & Moreira, A., 2016. Alergia alimentar na restauração. Lisboa: Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Direção-Geral da Saúde.