Alergénios Peixe e Marisco - Fidu | Alimentos Inclusivos

Alergénios do Mar: Alergia a Peixe e Marisco

A alergia a produtos do mar como peixe, crustáceos e moluscos é frequente em países costeiros com elevado consumo de pescado, como Portugal e Espanha.

 

Alergia ao Peixe

O peixe é um dos alergénios mais comuns na infância e pode causar reações graves como anafilaxia. A alergia ao peixe aparece nos primeiros anos de vida, principalmente na altura da introdução alimentar, mas pode também surgir na idade adulta.

Os alergénios principais no peixe são as proteínas do grupo das parvalbuminas que se encontram no músculo do peixe. Cerca de 90% dos doentes alérgicos a peixe reagem a estas proteínas.

A concentração de parvalbuminas é mais elevada no músculo claro do que no músculo escuro e está relacionada com a sua capacidade alergénica. Por isso, peixes com músculo escuro como o atum ou a cavala, são menos alergénicos que os peixes brancos como a pescada ou o bacalhau. (1)

 

Quais as espécies de peixe que mais provocam alergias?

Podemos identificar três grupos de peixes conforme a sua capacidade alergénica e tolerabilidade pelos alérgicos:

  • Menor capacidade alergénica / mais tolerados: atum, cavala, espadarte;
  • Capacidade alergénica média: salmão, truta, besugo, dourada, robalo;
  • Maior capacidade alergénica / menos tolerados: pescada, bacalhau, peixe galo, linguado, solha, carpa, arenque, peixe vermelho (red-fish). (1)

 

Quais são os alergénios do peixe?

Para além das parvalbuminas, existem outras proteínas no peixe também identificadas como alergénios comuns:

  • As enolases e aldolase que se encontram no bacalhau, salmão e atum;
  • A tropomiosina que é mais comum em peixes tropicais como a tilápia;
  • A vitelogenina que surge no salmão do pacífico;
  • O colagénio, proteína abundante na pele e espinhas, principal constituinte da gelatina de peixe. (2, 3)

Nalguns casos, podem ocorrer reações alérgicas a um parasita do peixe, designado Anisakis, que se confundem com alergia ao peixe, sendo um fenómeno associado ao consumo de peixe crú ou malcozinhado. (3)

 

Alergia ao marisco

A alergia ao marisco, como habitualmente é referida, inclui dois grupos de alergénios: Crustáceos e Moluscos. Podemos agrupá-los de acordo com as suas características:

  • Crustáceos (com carapaça dura): camarão, caranguejo, sapateira, lagosta, lagostim.
  • Moluscos com concha externa: ameijoa, mexilhão, vieira, ostra, caracol (terrestre)
  • Muluscos sem concha externa: polvo, lula, choco.

A alergia a marisco é mais comum nos adultos, mas também pode surgir em crianças. No caso dos crustáceos está muito associada à reatividade cruzada com a alergia a ácaros do pó.

São muitas as proteínas dos crustáceos e moluscos identificadas como alergénicas, cuja presença pode variar de acordo com a espécie. O que vai determinar também a sua alergenicidade, tal como nos peixes. A principal proteína alergénica neste grupo é a tropomiosina, sendo a responsável por cerca de 80% dos casos de alergia ao camarão.

Também devido à semelhança das suas proteínas, a reatividade cruzada é muito comum entre crustáceos e moluscos, havendo um risco de cerca de 75% de um indivíduo alérgico a crustáceos ser também alérgico a moluscos. (2)

 

Reações alérgicas e tratamento

As reações de alergia alimentar podem ocorrer por contacto, ao tocar no alimento ou numa superfície que teve contacto com o alergénio; por ingestão, ao comer um alimento que contenha o alergénio, um derivado ou vestígios; e por inalação, por exemplo, dos vapores de cozedura onde se libertam partículas do alergénio para o ar.

O tratamento primário da alergia alimentar é a evicção, ou seja, retirar da alimentação os alimentos que contêm o alergénio e os seus derivados. A alergia pode manifestar-se a várias espécies de peixes, no entanto, pode existir sensibilização apenas a uma ou algumas espécies, com tolerância a outras.

Deve ter atenção aos alimentos onde peixe e marisco podem estar escondidos.

Se teve uma reação alérgica a peixe, crustáceos ou moluscos, até que seja estudada a origem da alergia pelo especialista de imunoalergologia, deve evitar todas as espécies. Só depois de confirmado qual o alergénio, poderão ser reintroduzidas, sob orientação médica, as espécies em que se confirme através de teste que são toleradas.

 

Quem tem alergia ao peixe pode consumir marisco?

Ao contrário do que comummente se pensa, não foi até à data identificada reatividade cruzada entre peixes e mariscos, pelo que as pessoas alérgicas a peixe podem geralmente consumir moluscos e crustáceos sem risco de reação alérgica, e vice-versa. (3)

 

 

Na Fidu, todos os nossos produtos são isentos de peixe, crustáceos, moluscos e derivados, sem vestígios. Selecionamos criteriosamente os nossos fornecedores e matéria-prima para garantir a segurança dos nossos produtos e isenção de contaminação cruzada durante a produção e embalamento. Dessa forma podemos garantir que todos os nossos produtos são aptos para alérgicos a estes e a todos dos 14 principais alergénios de declaração obrigatória na rotulagem.

 

 

(1) Costa, C., 2018. Alergia a Peixe: Artigo de Revisão. Trabalho final de Mestrado Integrado de Medicina, Área Cientifica de Imunologia Clínica. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

(2) NDA, 2016. Scientific Opinion on the evaluation of allergenic foods and food ingredients for labelling purposes. EFSA Journal, 12(11).

(3) Grupo de Interesse de Alergia a Alimentos da SPAIC, 2019. Alergia Alimentar: conceitos e conselhos e precauções, 2ª Edição. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica com apoio da Thermo Fisher Scientific e Laboratórios BIAL.
×