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Amamentação em Bebés com Alergia Alimentar

As alergias alimentares em bebés representam um desafio significativo para muitas famílias. A amamentação é amplamente recomendada como a melhor fonte de nutrição para bebés, mas quando uma alergia alimentar é diagnosticada, pode ser necessário ajustar a dieta da mãe para proteger o bebé. Entender e gerir essas alergias é crucial para garantir a saúde e o bem-estar dos pequenos. (1)

O Que São Alergias Alimentares?

Alergias alimentares ocorrem quando o sistema imunológico do bebé reage de forma exagerada a proteínas específicas encontradas nos alimentos. Os principais alergénios em crianças incluem leite de vaca, ovos, soja, trigo, amendoim e frutos secos. Essas reações podem variar de leves a graves, tornando essencial o reconhecimento e a gestão adequada. (2)

Sintomas de Alergias Alimentares em Bebés

Os sintomas de alergias alimentares em bebés podem incluir erupções cutâneas, urticária, vómitos, diarreia, inchaço dos lábios, língua ou face e, em casos graves, anafilaxia. Estes sintomas podem ocorrer ainda antes da introdução alimentar, mesmo em bebés com aleitamento materno exclusivo. O diagnóstico precoce e preciso é fundamental para iniciar o tratamento e evitar complicações graves. Consultar um imunoalergologista ou pediatra ou é essencial para um diagnóstico adequado. (3)

Benefícios da Amamentação para Bebés com Alergias Alimentares

A amamentação oferece inúmeros benefícios para bebés com alergias alimentares. O leite materno contém anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebé, protegendo-o contra infeções e doenças. Além disso, o leite materno é facilmente digerível e pode reduzir a incidência de reações alérgicas comparado com fórmulas artificiais. A amamentação também promove um vínculo emocional forte entre mãe e bebé, o que é benéfico para o desenvolvimento emocional e psicológico do bebé. (4)

Sempre que possível, é recomendável manter a amamentação de bebés com alergia alimentar, no entanto, poderá ser necessário a mãe adaptar a sua alimentação para evitar reações indesejadas no bebé.

 

Dieta de Evicção para Mães que Amamentam

O Que é a Dieta de Evicção?

A dieta de evicção é uma abordagem usada para remover alimentos que podem causar reações alérgicas em bebés amamentados. A mãe exclui da sua dieta todos os alimentos alergénicos de acordo com o diagnóstico do bebé. O objetivo é evitar que essas proteínas passem para o leite materno e causem reações no bebé. (5)

Implementação de uma Dieta de Evicção

Implementar a dieta de evicção pode ser desafiador, mas com planeamento adequado, é possível. A mãe deve começar por excluir todos os alimentos que contêm o alergénio identificado como nocivo para o seu bebé. Isto inclui o alimento em natureza e também derivados e em casos de maior sensibilidade também alimentos com vestígios. O grau de evicção necessário, deverá ser estabelecido pelo médico imunoalergologista, com base na tolerância do bebé ao alergénio.

Para conseguir cumprir a dieta e evitar eficazmente o alergénio, deverá seguir alguns passos importantes:

  • Ler bem os rótulos de todos os alimentos que compra e consome, com especial atenção a alertas de alergénios;
  • Evitar a contaminação cruzada com alergénios na preparação de alimentos;
  • Não comprar alimentos a granel ou fatiados nos supermercados e mercearias, por exemplo, pois têm um risco elevado de sofrer contaminações cruzadas.
  • Ter atenção aos pedidos nos restaurantes, pastelarias e cafés. Embora seja obrigatório terem informação sobre alergénios, nem sempre está atualizada ou quem manipula os alimentos pode não estar devidamente sensibilizado para o risco e ocorrerem contaminações cruzadas.

Se ainda estiver em estudo o grau de tolerância e/ou os alergénios responsáveis pelas reações, pode ser útil manter um diário alimentar para monitorizar os alimentos consumidos e as respostas do bebé. Consultar um nutricionista ou um médico é recomendado para garantir que a mãe mantenha uma dieta equilibrada e nutritiva. (6)

Sinais de Melhorias e Persistência dos Sintomas

Monitorizar a resposta do bebé à dieta de evicção é crucial. Sinais de melhora podem incluir a redução ou desaparecimento de sintomas alérgicos, como erupções cutâneas e problemas gastrointestinais. No entanto, se os sintomas persistirem, é importante informar o médico que acompanha o bebé. Em alguns casos, pode ser necessário ajustar a dieta ou realizar testes adicionais para identificar alergénios menos comuns ou outras patologias. (7)

 

Amamentar bebés com alergias alimentares pode ser desafiador, mas é possível com a implementação de uma dieta de evicção adequada e apoio profissional. A amamentação oferece inúmeros benefícios imunológicos e nutricionais, ajudando a proteger e nutrir o bebé. Manter uma comunicação aberta com profissionais de saúde e seguir as recomendações alimentares são passos essenciais para garantir o bem-estar do bebé.

Evitar alergénios não significa deixar de lado pequenos prazeres, por isso na Fidufoods, encontra variados produtos isentos dos 14 principais alergénios que podem facilitar a dieta da mãe durante a amamentação. Assim, pode garantir a que a sua dieta é segura para o seu bebé sem se privar de alimentos deliciosos.

 

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Referências Bibliográficas:

  1. Sicherer, S. H., & Sampson, H. A. (2014). Food allergy: Epidemiology, pathogenesis, diagnosis, and treatment. Journal of Allergy and Clinical Immunology, 133(2), 291-307.
  1. Boyce, J. A., Assa’ad, A., Burks, A. W., Jones, S. M., Sampson, H. A., Wood, R. A., ... & Schwaninger, J. M. (2010). Guidelines for the diagnosis and management of food allergy in the United States: summary of the NIAID-Sponsored Expert Panel Report. Journal of Allergy and Clinical Immunology, 126(6), 1105-1118.
  1. Muraro, A., Werfel, T., Hoffmann-Sommergruber, K., Roberts, G., Beyer, K., Bindslev-Jensen, C., ... & Sheikh, A. (2014). EAACI food allergy and anaphylaxis guidelines: diagnosis and management of food allergy. Allergy, 69(8), 1008-1025.
  1. Oddy, W. H. (2017). Breastfeeding, childhood asthma, and allergic disease. Annals of Nutrition and Metabolism, 70(Suppl. 2), 26-36.
  1. Kramer, M. S., & Kakuma, R. (2012). Optimal duration of exclusive breastfeeding. Cochrane Database of Systematic Reviews, (8).
  1. Venter, C., Brown, T., Shah, N., Walsh, J., Fox, A. T., & Meyer, R. (2013). Diagnosis and management of non-IgE-mediated cow’s milk allergy in infancy – a UK primary care practical guide. Clinical and Translational Allergy, 3(1), 23.
  1. Fiocchi, A., Brozek, J., Schünemann, H., Bahna, S. L., von Berg, A., Beyer, K., ... & Verduci, E. (2010). World Allergy Organization (WAO) Diagnosis and Rationale for Action against Cow’s Milk Allergy (DRACMA) Guidelines. Pediatric Allergy and Immunology, 21(s21), 1-125.
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